A canoagem, além de um desporto de moda, é uma forma de estar, em que desfruta do contacto directo com a natureza, nas suas variadas formas.
Desde a flora à fauna, desde a beleza à poluição, desde da calma ao sacrifício, tudo isto se consegue na canoagem de lazer, vertente na qual eu me incluo.
Aliás, com a canoagem aconteceu-me o mesmo que me aconteceu com a Carla… foi amor à primeira vista.
E esse amor deu frutos… na canoagem levou-me a comprar os meus próprios kayaks… na família, os frutos foram os filhos.
E estes sobrepõem-se sobre tudo…
Os meus filhos, só vão ser meus durante um período muito limitado de tempo, pelo que, ou aproveito agora para brincar com eles, para estar com eles, ou amanhã é tarde… e esse tempo é irrecuperável.
Cada dia que vou sozinho para a água, é menos um momento que desfruto com os meus filhos. Cada fim de semana que vou divertir-me sozinho numa autonomia qualquer de kayak é menos um fim de semana que passo com o meu núcleo familiar restrito, em que também nos divertimos, ora a fazer desenhos, ora a andar de baloiço, ora a passear, ora a andar de bicicleta….
É muito importante para mim, ver crescer as minhas crianças e participar nele. Não quero só remar, daqui a X anos continuar a remar, e com a sensação de que os meus filhos são tão grandes e eu nem dei por ela…
Para isso, procuro e quero continuar a remar daqui a X anos e com a sensação de dever cumprido. Talvez nessa altura, já seja mais adepto de uma saídas cool, e se se proporcionar na companhia da minha família…
Numa vertente matemática, posso dizer que se durante 10 anos de crescimento dos meus filhos, eu passar um fim de semana em autonomias por mês, afianço-vos que é o equivalente em termos de tempo, a 8 meses de crescimento que não acompanhei os meus filhos. Se a isto, acrescentar as horas diárias em que estamos com as nossas crianças que são cerca de 2 a 3 horas diárias, porque o resto ou estão na escola ou a dormir.
Façam as contas, os meus filhos cresceram muito rápido… e meu kayak ainda lá está à minha espera, igualzinho como quando o comprei.
Missão cumprida!!! Vou gozar e divertir-me agora com o meu kayak…
De Kayak Tour a 20 de Abril de 2007 às 15:54
Bem, colocando as coisas dessa forma, é melhor começares a embrulhar os kayaks em plastico para proteger do pó.
Agora, na minha opinião, tem juizo e pegas nos miudos, e leva-los contigo a andar de kayak. Se dá para andar de baloiço, passear, jogar á bola, andar de bicicleta, tambem dá para andar de kayak.....é cada desculpa que arranja para se levantarem mais tarde....
Agora a sério, eu sei o que é isso pois tambem noto que a minha filha cresce a um ritmo alarmante, sendo que o que vale é que eu sou um felizardo porque consigo estar mais tempo com ela do que as normais 3 horas diárias.
De
Eu a 20 de Abril de 2007 às 16:44
Muito bem, gostei.
Mas podes estar tranquilo, porque para além daqueles momentos que realmente passas fora com o teu Kayak, ainda consegues ver os teus filhos crescer. Sim porque também não são assim tantas as saídas, porque senão até eles reclamavam a presença do Pai. E ai sim, podias dizer que o Kayak não foge mas os filhos sim. Mais rápido do que qlqr um julga.
Bjs
Eu
De Focas a 20 de Abril de 2007 às 20:52
Ó Vigoras, compreendo a tua perspectiva.
Utilizando uma expressão desportiva: relaxa amigo, que haverás de ter ainda muitos e muitos, e muitíssimos muitos momentos maravilhosos com os teus entes queridos. (pelo menos são os meus votos!)
De
-RR- a 25 de Abril de 2007 às 15:18
Praticar desporto depois dos 50?. Das duas uma. Ou vais praticando durante a tua vida. Ou então dos 50 para cima começa a não ter a mesma piada . Faz-me lembrar estes barcos abandonados à beira rio, que nunca mais vão voltar a navegar.
De Matos a 27 de Abril de 2007 às 23:21
oh RR , essa é comigo?
Sempre te digo que te enganaram quando te disseram que depois dos cinquenta se acaba a gasolina...
Matos
De Matos a 27 de Abril de 2007 às 23:36
Oi, Vigoras, ainda me falta responder à outra mensagem, mas começo por aqui, que é mais importante.
Ser pai é isso que dizes e que infelizmente parece estar profundamente esquecido. Procriar é tarefa de qualquer bichito inconsciente. Mas não é por acaso que nós, humanos, precisamos de tanto tempo de infância. A construção do humano faz-se na aprendizagens e pais mesmo são aqueles que, como tu, preferem não deixar que a vida dos filhos se encha com os frutos do acaso: é que infelizmente a maioria desses frutos colhidos aleatoriamente estão hoje irremediavelmente apodrecidos...
Felicidades para a árdua tarefa...
Matos
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